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Checagem intermediária em laboratórios
Checagem intermediária em laboratórios
21 out 2022 - Por Marcos C. Moreira, engenheiro ambiental
Checagem intermediária em laboratórios

Os laboratórios que utilizam equipamentos sujeitos à calibração (balanças, estufas, termômetros, medidores de pH, entre outros) sabem da importância de se monitorar e controlar a incerteza de medição associada aos mesmos, ano após ano.

Esse controle é feito através da própria calibração, realizando ajustes quando necessário, e também através das checagens intermediárias, que são exigência da Norma ISO 17025 no item 7.7.1 tópicos c) e e).

Mas você sabe o que é uma checagem intermediária e porque ela é importante para evitar surpresas indesejadas?

 

Porque realizar checagem intermediária

Quando um equipamento chega da calibração, é o momento de avaliar se a incerteza de medição associada está de acordo com o requisitado pelo laboratório para prestação dos seus serviços.

Mas a incerteza que encontramos no certificado de calibração pode variar com o tempo, seja pela utilização do equipamento seja pelo desgaste natural dos seus componentes.

Por isso, entre uma calibração e outra cabe ao laboratório checar se as características do equipamento permanecem dentro de uma faixa aceitável para operar normalmente e não afetar a incerteza de medição. Essa é a checagem intermediária.

 

Como realizar a checagem intermediária

A checagem intermediária, em geral, precisa ter dois critérios bem definidos: a frequência e a faixa de aceitação. A frequência, salvo nos casos que há uma norma de referência (como é o caso das balanças com a DOQ-CGCRE 036), pode ser estipulada como a metade do tempo de validade da calibração. Por exemplo, se a validade de uma calibração é de 1 ano, realiza-se a checagem intermediária a cada 6 meses (ou menos, se julgar necessário).

Na prática, não se recomenda realizar checagem intermediária em intervalos superiores a 6 meses, sobretudo em equipamentos de uso diário/semanal.

A faixa de utilização, por sua vez, significa utilizar um valor padrão que corresponda ao uso do equipamento no dia-a-dia, tal qual é estabelecido para a calibração. Por exemplo, para um termômetro que costuma medir temperaturas entre 100 oC e 200 oC, deve-se utilizar um valor de referência dentro dessa mesma faixa (ou mais de um valor, refletindo mais de um ponto de comparação quando necessário).

 

Pontos importantes para saber

Além do que já falamos aqui, cabem mais algumas dicas:

  • Não confunda checagem intermediária com checagem funcional. Esta última serve para verificar se o equipamento está em condições físicas adequadas. Ambas são importantes, fique atento!
  • Elabore um procedimento para a checagem intermediária de cada equipamento, com passos bem definidos e detalhados. Isso auxilia a ter um registro histórico da deriva da incerteza ao longo do tempo. Inclusive, essa também é uma exigência da ISO 17025 no item 6.4.10.
  • Analise criticamente os resultados encontrados na checagem intermediária. Se notar que um dos equipamentos apresentou desvio acima do esperado, estude como esse desvio impacta a incerteza final das suas análises. Sendo necessário, tome uma ação para corrigir o problema, como uma nova manutenção ou ajuste do equipamento, seguido de calibração.

 

Ficamos à disposição para tirar dúvidas e receber sugestões!

 

Referências:

How to Lab. Diferença entre checagem intermediária e checagem funcional na 17025. Disponível em: https://howtolab.com.br/blog/diferenca-entre-checagem-intermediaria-e-checagem-funcional-17025. Acesso em: 21/10/2022.

Inmetro. DOQ-CGCRE-036. Orientações sobre checagem intermediária das balanças. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.asp?tOrganismo=CalibEnsaios. Acesso em: 21/10/2022.